...O NOSSO PONTO DE EBULIÇÃO.
Quantas vezes já não chegamos ao ponto dessa chaleira ? (como se o nosso sofrimento tivesse chegado ao limite). A grande questão (ou perigo) está na freqüência com que isso acontece e no tempo que passamos, sentindo como se tivesse uma faca empunhada no peito, nos faltando esperança e perspectiva, tamanha é a nossa dor. Estágio como esses implica em pouco recursos que nossa mente poderia estar fazendo uso em nosso favor para nos confortar, mas que ao contrário disso, sofremos (não pela razão em si), mas por não conseguirmos esfriar nossa chaleira. Tornar-nos passivo ao invés de tentar entender, diante das adversidades, tem sido o calor que nos leva ao limite da dor.
Situações como essas ocorre com qualquer pessoa e em qualquer idade, com ou sem algum tipo de precedente patológico ou não, como transtornos psiquiátricos diversos, profissões de natureza estressante, policiais, bombeiros, médicos, professores, taxistas (ou qualquer motorista que passa o tempo mais no trânsito que em outro lugar) ou pessoas comuns como nós. Mas espera um pouco, eu mencionei sofrimento não foi ? Pois é, sofrimento é algo que pode estar ligado à uma causa isolada ou pelo conjunto de vários fatores ou ainda pela persistência com que um mesmo fator se repete, sem dar chance de nos defender, precaver ou reagir.
Olha que de sofrimento eu entendo, quase um Phd na matéria rsr. Quantos artigos já não foram postados aqui, abordando o mesmo assunto, não é verdade ? Contudo, não estou aqui pra fazer concorrência com os que sofrem, evidente que não. Estou aqui desta vês para dizer-lhes algo importante, para os detentores de tamanho fardo ou calvário e, mais do que importante, é condição fundamental pra evitar chegarmos com tanta freqüência neste estágio de ebulição ou, fazer com que não dure a vida toda (como de fato é a sensação que temos diante de um sofrimento persistente, não é ?). Chaleira fervendo é sinal de baixa tolerância, pois uma coisa leva à outra e ambas nos levam à dor e ao sofrimento.
Para uma chaleira que vive fervendo, melhor que ela tivesse uma válvula de segurança acoplada, pois se o "vapor"não sai, a pressão interna aumenta, podendo nos causar prejuízos sérios à nossa saúde, primeiramente emocional, depois os de natureza orgânica (como gástrica), continuando à persistir, atinge a esfera psicológica e, se negligenciado, acabamos por procurar os consultório psiquiátricos, como nos casos de depressão crônica.
Não vou ficar fazendo papel de apóstolo de Cristo (não que seja depreciativo) mas, durante quase minha vida inteira, Deus tem sido a minha válvula de segurança, desta minha chaleira que já está com o traseiro preto de tanto queimar e ferver, mas que apesar de tudo, jamais perdi o controle da situação, da minha vida e muito menos da minha razão. Nunca pude evitar que minha chaleira chegasse tantas vezes à sua ebulição, porque os fatores que a mantém quente, nunca cessaram, nunca deram trégua, jamais esfriaram.
Minha "válvula de segurança" nunca falhou, porque à estive monitorando, num diálogo rotineiro e freqüente com Deus, durante toda minha vida, partilhando com ele todas minhas aflições, angústias, preocupações e também agradecimentos, por sempre ter estado comigo e me dado assistência, muitas vezes sem eu mesmo precisar pedir, mas que ele já sabia de antemão o que naquele momento era mais necessário. Não importa que religião freqüenta, não faz diferença, converse, puxe uma cadeira pra Deus, deixe que more com você, que viva com você, em todos os momentos da sua vida. Não reze apenas, converse com Deus, permite que ele te conheça.
Os momentos ruins continuarão à vir, porque são provas que nos deixam mais aptos para desafios ainda maiores, mas sua chaleira não vai explodir e você não deixará de ser o que é, nem perderá o controle da situação. Batalha boa se vence lutando, ao lado de quem realmente sente orgulho de você e Deus, com certeza estará sempre ao seu lado, como esteve sempre comigo. Isso é confiança, condição que deve ser mantida mesmo diante dos momentos mais difíceis, pois é justamente aqui que Deus age em nós e por nós. É hora de também nós mantermos nossa fidelidade, mostrar que não estamos desamparados de Deus, mas que devemos estar próximos, como filhos Dêle, que somos.
Se a chaleira tiver de ferver, que seja pra fazer café. Precisamos converter o vapor da dor que sofremos em vapor de caldeira, que movimenta máquinas e motores, pra nos fortalecer e continuar nos conduzindo.
Boas batalhas se vence com lutas, que nos enche de orgulho, não importa como ficamos, é luta, natural que saímos um pouco machucado, o que importa é que estamos ainda de pé e no controle, da nossa vida e da nossa razão, é isso que importa. Força, porque Deus é escudo e nossa espada, posso ferver e cuspir fogo, mas ainda estou de pé. Isso não é história, é testemunho de uma vida inteira. SOMOS TODOS CAPAZES ! Acredite.
Amadeu Epifânio
PROJETO VIVA+
Corrigindo Passos para um caminho + seguro.
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