Esquizofrenia
TOLERÂNCIA AO SOFRIMENTO – ATÉ QUANDO ?
Não há como saber, mas há como estender nosso limite para suportar momentos que mais parece sufocar-nos, além de arrastá-lo por semanas, aumentando-nos a vontade de chutar uns baldes vez em quando. Só devemos nos acautelar porque às vezes encontramos pelo caminho, baldes que mais parece de concreto, ou seja, que só nos faz aumentar o que já está ruim.
É preciso, num primeiro momento, entender que sofrimento é um só, que não existe sofrimento grande ou pequeno. O que determina “seu tamanho” é o histórico pessoal de cada um e a capacidade que temos ou não de administrar os eventos, quando e como eles se apresentam. Um mesmo evento em duas pessoas distintas terá graus de intensidade diferente de dor.
Se os eventos dolorosos estão de certa forma freqüentes em nossa vida, é porque nossa habilidade para lidar com eles está praticamente insuficiente, o que só faz aumentar nossa angústia diante da difícil e aparente incapacidade de enfrentá-los. Se isso acontece é porque nossa mente está quase zerada de subsídios que poderiam ser utilizados, ou para administrar o problema ou para amenizar ou conter o sofrimento decorrente do mesmo problema.
O que não é aconselhável fazer é arrastar o sofrimento ou angústia, sem ao menos tentar resolvê-los, pois pode causar um mal ainda maior, como depressão e outros problemas de saúde, além de prejuízos (muitas vezes irreparáveis) de relacionamentos, seja em família ou com amigos ou no trabalho, pois os problemas interferem involuntariamente no nosso temperamento.
Nossa mente se vale de um banco de dados de tudo que já fora absorvido de forma consciente no nosso dia a dia e essa atitude é voluntária e está ao nosso alcance fazer, mas a forma como essas informações serão utilizadas, aí já é uma atitude involuntária da mente, que agirá (como costumamos dizer), “por debaixo dos panos”, ou seja, sem que tenhamos conscientemente a chance de dar algum palpite.
Nossa preocupação voluntária consiste em absorver informações úteis para o nosso banco de dados, para serem oportunamente utilizados. Informações que ajudarão a melhorar o nosso discernimento, compreensão, equilíbrio emocional e habilidades para administrar ou contornar problemas, à medida que forem surgindo, como os relacionados à família, trabalho, assuntos pessoais, bancários, problemas com o carro, impostos atrasados, prestações vencidas, enfim. Ou estamos preparados ou seremos consumidos.
Nosso banco de dados pode ser composto por lições tiradas da bíblia, da vida (como aprender com os erros e as dificuldades). Pode ser composto por pensar primeiro na sua vida, pois dela depende tudo que depende de você. Significa saber que somos seres espirituais vivendo uma experiência carnal e que tudo que nos rodeia são oportunidades de amadurecimento para aprendermos e repassarmos para aqueles que precisam do mesmo discernimento, do mesmo aprendizado.
Nossa essência de vida consiste em ser e tornar-se útil ao nosso semelhante e se sofremos é porque estamos nos esquecendo de nossa principal tarefa (deixando e confiando que Deus cuide do resto). Cuidando desta tarefa, já estaremos mantendo com Deus o sinal necessário para que Êle nos ajude, conforte e nos dê o discernimento necessário para contornar nossas aflições, tribulações, tristezas e sofrimentos.
O tempo urge e não perdoa, não tráz de volta o tempo perdido, mas nos dá mais tempo para nos reconciliar e recomeçar “de onde paramos” (enquanto desperdiçávamos tempo precioso, nos focando mais na dor do que em alternativas para saná-lo). Somos figuras preciosas pra Deus, mas ele só irá interferir na sua vida se você quiser e com o seu consentimento e principalmente se você resolver dividir sua vida com Êle.
Somos pelo o que somos.
Amadeu Epifanio
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