Tabagismo e Risco de Doenças Físicas na Esquizofrenia
Esquizofrenia

Tabagismo e Risco de Doenças Físicas na Esquizofrenia


As pessoas com Esquizofrenia têm, em geral, uma menor esperança média de vida do que a restante população. Estima-se que as pessoas com esta doença vivam em média menos 10 anos do que a população geral. Este facto deve-se a observar-se nestes doentes uma prevalência mais elevada de: Doenças Cardio-Vasculares, Diabetes, Obesidade, Pneumonia, Traumatismos, Neoplasia, Hipertensão Arterial ou Doenças Infecciosas. Por outro lado os doentes com Esquizofrenia com frequência têm hábitos de vida pouco saudáveis como: Tabagismo, Sedentarismo, erros alimentares e por vezes o consumo de Álcool e drogas ilícitas.

Doenças Médicas e sua prevalência na Esquizofrenia:


O estilo de vida sedentário de muitos destes doentes está associado à Obesidade, assim como a utilização de alguns medicamentos Antipsicóticos. A Obesidade é mais frequente nas mulheres. O exercício físico é essencial e muitos doentes que o praticam referem sentir.se mais calmos, menos deprimidos e com níveis mais altos de energia.

A Obesidade, o Tabagismo, os Antipsicóticos Atípicos e os erros alimentares podem contribuir para o desenvolvimento de Diabetes. A Diabetes está associada a Doenças Cardio-vasculares e Hipertensão Arterial.

O Tabagismo é muito frequente nos doentes com Esquizofrenia e é responsável por múltiplas doenças do organismo. Sabe-se que nestes doentes o consumo de Tabaco é duas vezes superior ao da população geral. O consumo de Tabaco nesta patologia situa-se entre 58 e 88 %. Cerca de 93 % dos doentes com Esquizofrenia fumaram em algum período da sua vida. As consequências do consumo de Tabaco também são maiores nesta doença pois os doentes tendem a fumar cigarros mais fortes (mais alcatrão e nicotina), inalar o fumo mais profundamente e fumam em maior quantidade e por um peiodo de tempo mais prolongado. As principais consequências do tabagismo crónico são as doenças respiratórias – Cancro do Pulmão, Enfisema Pulmonar e Bronquíte Cronica; e as doenças Cardio-Vasculares – Enfarte do Miocárdio, Doença Coronária, Hipertensão Arterial. Estas doenças contribuem significativamente para encurtar a esperança média de vida dos doentes com Esquizofrenia. Existem algumas razões para estes doentes fumarem tanto. A desocupação e aborrecimento, os efeitos secundários dos medicamentos e o efeito calmante da Nicotina. Sabe-se ainda que os doentes a fazer Antipsicóticos e que fumam, necessitam geralmente de doses mais altas de medicação do que os doentes que não fumam. Muitas vezes ocorre um ciclo vicioso em que quanto mais o doente fuma, mais agrava a sua Esquizofrenia e maior dose de medicação será administrada. Com uma dose mais alta de medicamentos, alguns doentes fumam mais e ficam pior o que leva a um novo aumento da medicação.

Outro facto que tem vindo a ser reconhecido é o do Síndroma Metabólica dos Antipsicóticos Atípicos. Este Síndroma consiste no aparecimento de doenças como a Diabetes, a Hipertensão Arterial e aumento do Colesterol. Contudo, o estilo de vida dos doentes com Esquizofrenia também causa todas estas doenças, como já vimos, pelo que se pensa que estes medicamentos sejam mais um factor na sua origem.

Estes doentes também têm uma menor sensibilidade à dor pelo que se queixam menos quando têm uma doença. Este facto pode levar a atrasos de diagnóstico de algumas doenças. Além disto têm maior dificuldade em ir a outras consultas médicas como as de Clinica Geral. Os doentes com Esquizofrenia, em geral, têm menos cuidado com a sua saúde. Por vezes, mesmo quando certas doenças estão já diagnosticadas, estes doentes não se tratam adequadamente.

Como conclusão salientamos aspectos muito importantes na manutenção da saúde física dos doentes com Esquizofrenia:

• Redução ou cessação Tabágica
• Não consumir Álcool ou outras drogas
• Fazer exercício físico com regularidade
• Ir periodicamente ao Médico de Família
• Evitar erros alimentares

Adaptado de “Comprehensive Care of Schizophrenia” Liebeman, Murray
Publicado no Boletim “EMPATIA” número 7 (Dezembro de 2008)

Dr. António Gomes (Presidente da AEAPE)



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