Diagnóstico de Esquizofrenia
Esquizofrenia

Diagnóstico de Esquizofrenia


Critérios de Diagnóstico (segundo o DSM 4 TR)

O diagnóstico de esquizofrenia não é fácil pelo facto de muitas perturbações cursarem com os sintomas referidos, isto é, com alterações do pensamento, linguagem, percepção, afectos, consciência do Eu e do movimento.
Por esta razão, houve necessidade de se criar um conjunto de critérios essenciais ao diagnóstico desta doença que fosse aplicável a todos os doentes e que os definisse a nivel internacional.
Duas organizações tiveram um papel determinante neste sentido: a OMS e a American Psychiatric Association através da ICD 10 e do DSM 4 TR, respectivamente. Apesar do seu esforço os critérios são de dificil compreensão para o publico em geral. Tentamos fazer uma breve explicação antes de os darmos a conhecer mas continuam a requerer mais do que uma leitura para a sua interiorização.

Os critérios diagnóstico apresentados dizem respeito ao DSM 4 e compõem um total de 6 critéris assinalados de A a F.
O critério A diz respeito aos sintomas caracteristicos da esquizofrenia e o B às principais consequências desses sintomas: a disfunção social e ocupacional. Com efeito não chega ter o sintomas é também necessário que estes comprometam a vida quotidiana dos doentes para que se possa considerar tratar-se de esquizofrenia.
Como muitas outras perturbações cursam com estes sintomas e com estas consequências a nivel socio-ocupacional foi necessário avançar com o critério tempo, excluindo assim as perturbações psicóticas de curta duração bem diferentes da esquizofrenia que corresponde a uma condição crónica.
Para terminar o DSM 4 requer, nos critérios D e E, a exclusão de algumas situações clínicas que cumprem os critérios de A a C e que não correspondem da mesma maneira a equizofrenia.
O ultimo critério aplica-se apenas aos doentes que já tinham uma perturbação global do desenvolvimento como o autismo portanto os doentes que até à idade de inicio dos sintomas não apresentavam alterações cerebrais significativas não tem de cumprir este critério.


A – Sintomas caracteristicos:
O critério A é cumprido se estiverem presentes 2 ou mais sintomas caracteristicos seguintes, por uma porção significativa de tempo, durante um mês (ou menos se tiverem sido tratados com êxito).
1. Ideias delirantes
2. Alucinações
3. Discurso desorganizado
4. Comportamento marcadamente desorganizado ou catatónico.
5. Sintomas negativos: embutamento afectivo, alogia, avolição...

Este critério pode ser considerado cumprido apenas com um sintoma se se verificar uma de duas situações:
se as ideias delirantes tiverem um conteúdo bizarro ou
se as alucinações consistirem numa voz que comenta o pensamento ou comportamento dos doentes ou se for mais do que uma voz a conversarem entre si.


B – Disfunção social/cupacional:
Numa ou mais áreas de funcionamento major tal como o trabalho, o relacionamento interpessoal e a higiene pessoal.

C – Duração:
Os sinais desta perturbação devem estar presentes pelo menos durante 6 meses.
Durante este periodo, os sintomas caracteristicos (critério A) devem estar presentes pelo menos um mês.
São também contabilizadas as fases prodrómica e/ou residual podendo estas apresentar-se apenas com sintomas negativos ou com 2 ou mais sintomas caracteristicos (critérios A) mas de uma forma atenuada.

D – Exclusão de Perturbação da personalidade esquizoafectiva ou de perturbação do Humor (com caracteristicas psicóticas):
Para isso um de dois requisitos deve ser cumprido:
- As perturbações do humor (tais como episódios de depressão major, mania ou mistos) não terem ocorrido em simultãneo com os sintomas de fase activa
- As pertubações do humor terem ocorrido em simultâneo com os sintomas da fase activa mas a sua duração ter sido mais curta.

E – Exclusão de perturbações relacionadas com:
- ingestão de substências (exemplo: alucinogéneos)
- perturbações físicas/orgânicas que também cursam com episódios psicóticos.

F – Relação com a perturbação global do desenvolvimento:
Este critério é incluido nos critérios de diagnóstico da esquizofrenia mas só se aplica a doentes que já tinham uma perturbação global do desenvolvimento como por exemplo o autismo e que se pensa terem desenvolvido também um quadro de esquizofrenia. Nestes casos o diagnóstico adicional de esquizofrenia só se realiza se:
- Estiverem presentes ideias delirantes ou alucinações pelo periodo mínimo de 1 mês (ou menos se tratados com êxito)



Estes critérios permitem em principio fazer o diagnóstico diferencial da esquizofrenia e excluir outras patologias que partilham sintomas com a esquizofrenia, nomeadamente:



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