História da esquizofrenia
Esquizofrenia

História da esquizofrenia


Em 1896 Emil Kraepelin, professor de psiquiatria na Universidade de Munique descreveu pela primeira vez a doença na 5ª edição da sua obra: Psychiatrie, ein Lehrbruch fur Studierende und Artze. Na altura nomeou o sindrome: demencia precoce.
Mas este ponto crucial no inicio do estudo da doença foi o produto de outras etapas que importa aqui referir:
Em 1856 Morel utilizou o termo demencia precoce para descrever um paciente adolescente outrora inteligente e activo que foi progressivamente deteriorando e entrando num silencio permanente.
Em 1868 Kahlbaum descreveu o sindrome catatonia
Em 1871 Hecker descreveu a Hebefrenia.
Na obra de Kraepelin onde se encontra a primeira individualização desta doença ocorre uma polarização da patologia mental em 2 pólos de acordo com o seu prognóstico:
Pólo da doença maniaco depressiva que possuia um curso flutuante com recaidas frequentes mas com recuperação total entre as crises.
Pólo da doença designada demencia precoce (termo de morel) que incluia a hebefrenia e a catatonia e que tinha um curso em declinio até à invalidez ou com remissão mas apenas parcial.
Em 1911 Eugen Bleurer publica Dementia Praecox or the Group of Schyzhophrenias onde reforça a individualização do sindrome circunscrito por Kraepelin mas propõe uma nova designação: esquizofrenia. O termo, que vem do grego e que significa cisão do pensamento traduz a visão de Bleurer sobre a génese da doença que atribui à perda das associações do pensamento influenciado sobretudo pelas recentes teorias de Freud.
Apesar de actualmente o termo esquizofrenia ser utilizado em todo o mundo durante muitos anos teve uma aceitação desigual. Assim, nos USA foi logo de inicio adoptado permanecendo a demencia precoce de Kraepelin o termo de eleição em muitos centros europeus nomeadamente franceses e alemães.
O principal defeito do conceito de esquizofrenia de Bleurer era a indefinição dos seus limites: com efeito, para ele o diagnóstico de esquizofrenia podia ser feito na presença de um de 4 sintomas cardinais:
Perda de associações ou distúrbio do pensamento
Embutamento afectivo
Autismo
Ambivalência
Estes sintomas podiam ser encontrados em praticamente todos os doentes psiquiátricos e em grande parte de não doentes quando sujeitos a factores precipitantes ou stressantes.
A dificuldade de encontrar uma definição global e consensual era muito relevante:
Para Kleist e Leonhard na Alemanha e Langfeldt na Noruega o termo devia ser exclusivamente aplicado a doentes crónicos e definitivos para outros o prognóstico não era relevante.
Para alguns o diagnóstico só podia ser feito na adolescência e nos adultos jovens, para outros era aplicável a qualquer idade.
Para alguns o diagnóstico implicava sintomas cardinais para outros a sensação de doença ou “praecox feeling” era suficiente.
Em 1959 Kurt Schneider propõe a existência de um grupo de sintomas (dentro da miriade de sintomas possiveis na esquizofrenia) de importância cardinal e que eram sinónimo de esquizofrenia: os sintomas de primeira linha de Schneider:
A ausência destes sintomas não excluia para schneider o diagnóstico de esquizofrenia. A sua presença também não era exclusiva da esquizofrenia, com efeito scneider considerava que em determinadas perturbações orgânicas do SNC (epilepsia, tumores) os mesmos sintomas podiam ocorrer. Mas a presença destes sintomas na ausência de doença orgânica eram sinónimo de esquizofrenia.


O esquizofrenia era por isso sobrediagnosticada. Mas como na europa a mesma definição não era empregue nos anos 50 o número de diagnósticos realizados nos estados unidos era 4 vezes superior ao da europa.



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