Esquizofrenia
ENTENDENDO O USUÁRIO DE DROGAS V
Conhecer para resgatar.
É sempre desolador o estado em que torna um usuário de drogas. O relapso para com sua própria higiene, sua total falta de vaidade, genericamente falando, culminando numa condição degradante e humilhante, perante familiares, amigos e também perante si próprio, muito embora não admita ou reconheça.
Mas afinal, em que realmente está a sua dependência ? Ao contrário do que acreditamos, a dependência não está na droga que o jovem consome e sim, nos eventos que ele usa como fator motivacional, para a procura e consumo da droga. Estes eventos nada mais são do que experiências negativas adquiridas ao longo de sua vida e temperada com sentimentos de rejeição, negação, abandono, desleixo, ausência física ou psicológica (ou ambas), enfim, qualquer sensação dessas já dão um sabor amargo na vida de um jovem e que, pela falta de uma melhor formação, segurança ou de equilíbrio emocional, a mente sai em busca de algo para conter uma angústia insuportável, que por ser elevada, a droga parece estar classificada para atender à essa demanda e de forma rápida e eficaz.
Estas experiências negativas concorrem para uma concepção também negativa em relação aos pais, por estes terem supostamente (ou verdadeiramente) falhado no momento em que ele (ou ela) mais precisou. Negligência, ausência, omissão, negação ou desinteresse. Um desses momentos (causados geralmente por um dos cônjuges), gerou no jovem (no que concerne ao seu problema índice) uma grave falta de perspectiva, quanto à ver resolvido o seu conflito ou sua angústia de procedência inexplicável e insuportável.
Não importa a droga que ele esteja usando; se mais forte, significa que ele está precisando de mais, para manter oculto o que a droga insistentemente lhe faz lembrar, num ciclo repetitivo e doloroso para todos os envolvidos. Existem os casos graves da dependência, com sinais de violência, agressividade verbal e até assassinato contra os pais, avós ou tutores. As prováveis causas para se assassinar os pais, estão descrito no quarto artigo desta mesma série, aqui neste mesmo blog, na primeira página.
Para tirar alguém das drogas, não basta somente uma abstinência compulsória, porque os fatos que o levaram para as drogas, ainda está dentro dele, em algum lugar, fazendo enorme pressão de dentro para fora, isto é, do seu emocional interior para o seu consciente. É preciso investigar à fundo e com calma, tudo que está dentro dele e pôr para fora, para ser tratado e resolvido, ficando mais fácil, rápido e bem menos doloroso a sua recuperação.
Quem está neste calvário à mais de 20 ou 30 anos, muito há para ser lembrado de ruim e que ninguém sabia (talvez nem o dependente) e que só ficou sabendo da forma mais cruel e duradoura que existe. Ele não usa as lembranças para consumir e sim para justificar-se da dependência que contraiu e pelo qual muito se arrepende e se culpa, sem contudo, dividir este sentimento com quem quer que seja.
O que o usuário quer, em primeiro lugar, antes de deixar a droga, é certificar-se de que o lugar, para onde querem leva-lo, atende suas expectativas quanto ao ambiente e às pessoas com quem voltará a viver, talvez novamente, se na mesma família.
Ele está vivendo o velho ditado de que não tem mais nada à perder e com usuários que pensam desta forma, eles tornam-se mais criteriosos quanto às coisas que quer ouvir, de quem quer ouvir e da forma que quer ouvir, do contrário não sai nem do lugar, pois que o corpo já adaptou-se à sua nova condição, embora ainda sofra na abstinência.
Uma coisa essencial é a forma como se encara um filho como “Ex” ou ainda dependente, já que essa postura será de fundamental importância para o processo de decisão de tratar-se (ou não). A grande maioria dos familiares o tratam como um dependente de drogas, quando o ideal seria encarar como um filho que contraiu uma doença e que precisa do apoio de todos para a sua recuperação. Se prevalecer o preconceito, grandes serão as chances de novas e futuras recaídas.
Um ex-dependente necessita ter ocupação constante e se estas atividades virem à lhe proporcionar certo prazer, melhor ainda. Pelo menos, no início, desenvolva atividades descontraídas como foco, isto é, frequente, contínuo e agradável. Isso reduz os efeitos sofridos pela pressão da abstinência.
Depois que acontece, não adianta ficar apontando culpados e sim saber, se for o caso, se há quem o dependente repudie ou hesite em conversar. Isso deve ser respeitado, pois que uma negativa pode ser prejudicial para o dependente, que pode demorar mais para voltar para casa, minimizando as chances para dialogar, além de ficar ainda pior.
Aproveite esses momentos para tentar extrair os conflitos que carrega consigo, pois que não deve ser poucos. Com o familiar que tinha mais afinidade, reconheça que cometeram erros que o levaram à sua nova condição e pergunte se algum dia ele será capaz de perdoar. Depois faça o mesmo com aquele que esteja evitando e dê tempo para que tudo isso seja sugerido à mente como sugestão e, se aceito, será grande as chances dele querer livrar-se deste terrível “encosto”.
100 DEUS, 100 CHANCE. Não deixe de compartilhar e conversar sobre este novo desafio. Fale com Êle todos os dias, faça-o conhecer tudo que está acontecendo e esteja atenta à tudo que acontecer, pois que Êle lhe dirá o que precisa fazer. Confia... e escute. Boa sorte.
Amadeu Epifânio
Projeto Conscientizar – Viver bem é Possível !
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