Esquizofrenia
Dog Style - O meu filho é um cachorro
Copacabana, 14:07. Sentado num dos novos
trailers da orla tomando uma água de coco num calor de 39º, me deparo com uma coroa passeando tranquilamente pela praia, despertando alguns olhares curiosos, a atenção de turistas no mesmo
trailer e de outra coroa surpresa, que exclama para sua amiga: "sua filha está linda!". Eis um retrato falado da meliante com sua filha:
Um
Poodle Roxo!
Puta que o pariu! E a dona tinha, por
encreça que
parível, o cabelo da mesma cor! Afinal, ela pintou o
Poodle com tinta de cabelo? Eis a resposta encontrada num
fórum sobre "cães":
(...) a tinta para pintar cães é uma anilina fortíssima dissolvida em álcool, resseca a pele, o pelo e pode causar rachaduras (portanto é mais absurda que o papel crepom). Ainda prefiro utilizar anilina de bolos e confeitos, a tonalidade fica mais suave e não é nada prejudicial, afinal, é um alimento!! Veterinário não é "cabeleireiro" portanto, se vc pretende banhar, tosar ou pintar seu cachorro, procure um GROOMER, (tosador profissional).Papel
crepom? Anilina de Bolos e
Confeitos? Só pode ter uma explicação médica! Ou seja a coroa é diabética e quando sua taxa de
açucar cair ela LAMBE o próprio cachorro! Como nunca pensei isso antes? Já sei qual será o presente de aniversário do meu pai! Além da noticia bombástica; Pai resolvi assumir: virei um
GROOMER. Dá mais dinheiro que Jornalismo.
O que faz um ser humano elevar (?) um animal de estimação a um filho ou pior a um acessório da moda?
Carência? Solidão? Auxilio a Depressão? Amor aos animais? Abandono? Caridade? Fica super
fashion? Ou é mais barato que comprar
bibelos na
Uruguaiana?
Como chegamos a esse ponto? Como o cão primitivo era com o ser humano? Aliás, para que merda servia um cachorro mesmo?
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FLASHBACK HISTÓRICO *************
O cão primitivo era visceral, tinha mais dentes que células, instintivo como um lobo, corriam em matilhas, que causavam o pesadelo dos humanos, arrancando até a
propria pata se esta prejudicasse seu caminho, o de sua matilha ou a busca de seu alimento. O cão primitivo era o
pirocudo do passado, onde o homem,
tadinho, que andava
com o
rabinho entre as pernas.
O homem teve uma luz e percebeu que ambos
tínhamos os mesmos
objetivos: andávamos em bando,
protegiamos uns aos outros e
queriamos sobreviver. Bingo! Vamos juntar os panos de
bunda e trabalhar do mesmo lado. Depois de muita chacina, arranca rabo de ambos os lados, genocídio de lobos-cães e homens-primatas, futuramente chamaríamos isso tudo de EVOLUÇÃO, o homem
eretcus conseguiu domesticar o
caninus-de-
quatrus, descobrindo uma parceria que duraria alguns milhares de anos.
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FASTFOWARD HISTÓRICO********
Entramos na idade do bronze, do ferro, Alexandre o Grande,
Gengis Kahn, Dinastia Egípcia (mais gatos que cães), Os gregos, Romanos, Invasões Bárbaras, Mongóis, Idade Média, Inquisição Católica, Protestantismo,
Renscimento, Era industrial, Duas merdas de guerras mundiais, Revolução Sexual, Rebeldia e
Espírito Livre,
Vietnã, Capitalismo.
Então o cachorro se
fudeu!
Em milhões de casos o cão perdeu sua funcionalidade para virar mimo de
madame, acessório da roupa,
objeto de luxo e decoração para finalmente assumir um patamar que nenhum
primata imaginaria: o de filho ou pior de dono do dono!
Casos e casos eu posso relatar aqui de ambos aspectos. Vou citar dois.
Por exemplo, tenho uma conhecida na Lagoa dona de um
Golden Retrivier. O cachorro é sensacional, mas como ele cresceu mais do que a dona queria, e o cachorro desde que entrou na vida dela dorme com ela na cama, já que mora sozinha, o que fazer p dormir tranquilo os dois, dona e cachorro? Comprar um cama King
Size! Fácil! O namorado dessa conhecida me contou um fato inusitado: como o cachorro dorme com a dona, eles jamais
transaram na casa dela! Imagine se eu, cachorro, vou deixar
qq vagabundo deitar na MINHA CAMA, com a MINHA DONA! Quase, por muito pouco ele tem algumas partes
extirpadas do seu corpo. Solução prática? NUNCA
transar na casa da namorada! Da namorada não, nunca
transar na casa do cachorro! Literalmente falando! Não, não sei como o namoro continuou. Já tive uma
experiência parecida com gato. No
ap de uma ex, quando os beijos na cama se tornaram gemidos, o gato pulou nas minhas costas. Nuas. A dona gargalhou, achou que o gato estava com "
cíuminho" (
sic), e que talvez, quem sabe, por ventura, conquanto, eu estava fazendo alguma coisa "má" (
sic) com a dona! A
unica coisa que eu pensava era se o gato cairia de pé do 10º andar, e que eu colocaria isso em prática! Fui trocado por um gato!
Outro fato era de dois
Yorkshires (odeio cachorro pequeno! Eles tem uma propensão por parte dos donos a se tornarem bichinhos fofoletes!
Só servem para serem pisados.), que esperavam seu dono sentar p comer junto
conosco, um grupo de amigos. Como ele estava fazendo não sei o que, ele falou para nos servimos enquanto ele n chegava na mesa. Qual não foi a surpresa quando uma amiga que se serviu levou uma mordida no pé! Os cachorros latiram sem parar! Ou seja, enquanto o DONO, não se sentasse na mesa, que era costume dar
varios petiscos para os cachorros em todas as refeições,
NINGUÈM COMIA! Além de pagar uma
antitenânica, o cachorro n estava vacinado, e nunca mais jantar na casa desse cara, todos concordaram que os cachorros mereciam ser
pisoteados e pendurados atrás da porta, igual a uma pantufa!
Copiamos o que há de pior do mercado americano, denominado
PETS. O mercado de
Pets estadunidense movimenta
bilhões de dólares A MAIS do que o mercado de artigos Infantis, numa
exarcebação infundada de que criar um cachorro é mais barato do que criar um filho (já fui obrigado a ouvir isso).
No fim das contas, não vou me
extender em todos os aspectos sociológicos, antropológicos, psicológicos que possam envolver. Recomendo a leitura da veterinária
Sheila Nisky, especializada em comportamento canino:
O que um cachorro precisa p ser feliz
O artigo dela é inteligente, perspicaz, informativo, conclusivo e diz
exatamente a maneira mais sagaz de como um cachorro deve ser tratado:
O que o faz muito mais feliz ? Ser tratado como cachorro, ou seja, um animal muito sociável, que faz parte de uma matilha – sua família – e precisa de uma hierarquia para entender as regras básicas de sobrevivência na sua casa. Quando ele define quem é o líder – faça o possível e o impossível para ser você, mas com justiça, não violência – a vida em família/matilha, fica super tranqüila.
O meu é tratado assim.
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