Shirakawa (2000), considera o tratamento medicamentoso indispensável e dependendo do caso e da sintomatologia deve ponderar-se se a internação deve ser cogitada.
Esta decisão é tomada quando não houver suporte familiar e a crise for muito intensa e representar risco para o paciente e seus familiares. A internação deve ser a mais curta possível e manejada para buscar a dose ideal do antipsicótico e para aprofundar o vínculo com o paciente.
Para Gabbard (1998), a medicação antipsicótica é altamente eficaz no manejo de sintomas positivos da esquizofrenia, entretanto, os sintomas negativos e relacionamentos interpessoais perturbados são muito menos afetados pela medicação, exigindo abordagens psicossociais.
Zanini (2000), coloca que a psicoterapia tem se mostrado um importante recurso terapêutico, associado ao tratamento farmacológico, na recuperação e reabilitação de pacientes esquizofrênicos. A psicoterapia nestes casos deve ter como objetivos: oferecer informações sobre a doença e modos de lidar com ela, oferecer continência e suporte, restabelecer o contato com a realidade, identificar fatores estressores e instrumentalizar o paciente a lidar com os eventos da vida, conquista de maior autonomia e independência, diminuição do isolamento, etc.
De acordo com a autora acima, uma avaliação e um diagnóstico cuidadosos ajudam a determinar se o paciente é adequado para a psicoterapia, e qual o tipo de abordagem será de maior benefício.
A terapia cognitivo comportamental tem se mostrado uma técnica eficaz no tratamento das psicoses, auxiliando na redução dos índices de recaídas, na diminuição quanto à severidade das alucinações e delírios e contribuindo também com o funcionamento global do paciente (BARRETO, et al., 2007).
Segundo Scazufca (2000), as intervenções psicossociais para os familiares de indivíduos com esquizofrenia são de fundamental importância para que estes consigam entender alguns aspectos decorrentes da doença, a importância do tratamento medicamentoso, bem como compreender que é extremamente importante estimular estes indivíduos para que consigam ter maior autonomia possível, podendo dessa forma, lidar melhor com o familiar que necessita de cuidados e com os próprios sentimentos que decorrem deste contato e através disso prevenir a ocorrência de recaídas e melhorar a qualidade de vida de toda a família.
Conforme Shirakawa (2000), a psicoterapia de grupo também é utilizada nestes casos. O grupo operativo é uma modalidade que capacita o portador da doença a ficar instruído a respeito das suas limitações, ajudando-o na adaptação social e contribuindo para conciliar sua situação de doença com as posturas de convivência.
Para o mesmo autor mencionado anteriormente, outra forma de tratamento utilizada é a terapia ocupacional, centrada em atividades. Sua finalidade é recuperar a capacidade de fazer algo, combater a falta de vontade e propiciar à pessoa a constatação concreta de que ela tem capacidade de executar e concluir tarefas. Esta forma de tratamento é usada também nas instituições, como Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), e possibilita a reabilitação e reinserção social destes indivíduos. Portanto, é necessário que seja elaborado um plano terapêutico para cada caso e de acordo com a sintomatologia apresentada.
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